segunda-feira, 31 de maio de 2021

Qual é o momento certo para oferecer água ao bebê e em qual quantidade?



 "Beba dois litros de água por dia", "não esqueça de se hidratar", "a garrafinha está em mãos?". Não é novidade para ninguém a importância de ingerir líquidos com frequência para manter o organismo funcionando bem. Por isso - e pela preocupação com a saúde do filho - é natural que os pais fiquem na dúvida sobre qual é o momento certo de oferecer água ao pequeno.

A orientação geral, defendida tanto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que os  bebês só tomem água a partir dos seis meses de vida. "Essa recomendação é a mesma para quem está amamentando exclusivamente, para quem segue a amamentação mista ou só com fórmula", acrescenta a pediatra neonatologista Vanessa Mouawad.

Em alguns casos, pode ser que a introdução se inicie um pouco antes dessa idade por conta de necessidades específicas da criança, mas deve sempre ser feita com o aval do pediatra que avaliará os riscos e benefícios. "O leite já supre as necessidades hídricas do bebê. Mas depois dos seis meses, com a introdução das comidinhas, haverá uma sobrecarga maior de proteínas e sais minerais, e o rim precisará de mais água para trabalhar - assim como o intestino, para evitar constipação", explica a médica.

Mais para frente, quando os pequenos ficam mais ativos, consumir líquidos se torna ainda mais importante, já que a criançada perde líquidos mais rapidamente e precisa beber uma boa dose de água para regular a temperatura corpórea, eliminar toxinas e realizar a digestão dos alimentos. O hábito ainda evita o surgimento de cálculos renais, que são cada vez mais comuns entre o público infantil.

Qual a quantidade recomendada de água para o bebê?

O cálculo varia de acordo com o peso do seu filho e o indicado é de aproximadamente 100ml de água por quilo da criança. " A quantidade de água média por dia gira em torno de 800 ml", afirma a pediatra. "Mas no início, quando o bebê está começando a entrar em contato com a bebida, nem sempre conseguimos fazer com que tome tudo isso", complementa.

"E se ele beber mais do que essa quantidade?", você pode estar se perguntando. Como esclarece a doutora, não tem problema ultrapassar um pouquinho a dose diária, porque o rim da criança irá trabalhar para eliminar o excesso. Mas pela experiência com as famílias, é mais comum que o bebê não aceite a quantidade esperada do que tome líquido a mais - pelo menos neste comecinho.

A conta segue o mesmo raciocínio nas próximas faixas etárias. De um a três anos, o volume passa para 1,3 litros e dos quatro aos oito anos, a orientação é que o consumo seja de 1,7 litros. "No caso de bebês que ingerem fórmula deve-se descontar o volume de água utilizado na preparação do produto e completar a quantidade de líquido recomendado para a faixa etária da criança, com água pura", indica o pediatra Hamilton Robledo.

Dicas para estimular o hábito de beber água

Uma das estratégias mais valiosas neste período de introdução é deixar que o pequeno tome água à vontade, mesmo que continue mamando nos seios. "Deixe à disposição dele e vá ofertando o dia todo, e não só após a alimentação complementar", comenta a neonatologista. O ideal é que a criança beba o líquido depois das refeições, mas se demonstrar sede durante elas, não tem problema que os pais ofereçam enquanto o filho come.

O estímulo também pode vir acompanhado de elementos lúdicos. Vale apostar em copos diferentes - dos personagens preferidos, por exemplo -, propor brincadeiras, e buscar tomar água na frente da criança, para que veja que é gostoso e aprenda pelo exemplo.

Cuidados importantes

Apesar da palavrinha "água" estar presente no nome da água de coco, Vanessa alerta que ela entra na categoria dos sucos - e portanto não é indicada para os bebês até o primeiro ano de vida.

Outro cuidado interessante é com o tratamento da bebida, para tentar eliminar ao máximo os microorganismos e assim evitar probleminhas para a saúde da criança. "Indico que a água seja filtrada e fervida, porque mesmo as minerais podem ter bactérias, e o intestino do bebê ainda é muito imaturo. Então recomendo ferver, esperar esfriar e servir em um 'copo de transição' - e não na mamadeira", orienta a especialista.


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